
Todos sabem que o consumo excessivo de bebida alcoólica prejudica a saúde. Ao longo da vida, pessoa alcoólatra causa colhe uma série de malefícios para o corpo, a saúde mental e para os relacionamentos interpessoais. Mas engana-se quem pensa que os problemas com álcool atingem apenas quem bebe até cair.
Quando o consumo de álcool causa a prejuízos na vida pessoal ou no trabalho, já pode ser considerado como etilismo. Além de trazer danos à saúde a curto, médio e longo prazo, a bebida alcoólica aumenta consideravelmente os riscos de acidentes de trânsito e episódios de violência física contra si ou contra outras pessoas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe quantidade segura de consumo de álcool, já que ele é tóxico para o organismo humano e agride o sistema nervoso central.
O alcoolismo pode provocar doenças mentais, diversos cânceres, problemas hepático, como a cirrose, alterações cardiovasculares, com risco de infarto e acidente vascular cerebral e a diminuição de imunidade. Além das doenças causadas pelo álcool, sua ação pode prejudicar também o sono, o humor, a capacidade cognitiva e motora, a sensação de energia vital, etc.
Número de mortes pelo alcoolismo é sinal de alerta
Segundo dados da OMS, em todo o mundo, mais de 3 milhões de homens e mulheres morrem todo os anos pelo álcool. Ao todo, 5% das doenças mundiais são causadas pelo uso nocivo de bebidas alcoólicas.
Ainda conforme relatório divulgado em 2018, 28% das mortes provocadas pelo alcoolismo são resultado de lesões, como os acidentes de trânsito, por exemplo. Outras 21% são distúrbios digestivos graves, 19% são doenças cardiovasculares e o restante doenças infecciosas, câncer e transtornos mentais.
Situações de risco envolvendo a bebida alcoólica
Em alguns casos, as doenças causadas pelo álcool podem ser ainda mais graves, como no caso das gestantes. Consumir álcool na gravidez aumenta o risco de aborto ou de parto prematuro. Além disso, a bebida alcoólica pode causar ao bebê má formação e retardo mental no desenvolvimento e no crescimento, alterações no rosto e diminuição do tamanho do crânio, problemas cardíacos e síndrome do alcoolismo fetal.
O que acontece quando se decide parar de beber?
1. Faz bem ao coração: quando alguém decide deixar a bebida, reduz-se o risco de doenças cardiovasculares (infarto e AVC) e diabetes, bem como insuficiência cardíaca e miocardite (inflamação das células do músculo do coração). Outro benefício é a diminuição de arritmias cardíacas e, em casos de pacientes hipertensos, há uma tendência de redução da pressão arterial.
2. A gordura no fígado começa a diminuir: o órgão possui uma grande capacidade de regeneração, podendo se recuperar e voltar a funcionar normalmente quando a pessoa decide parar de beber. Mas em casos de cirrose, por exemplo, não haverá regressão do quadro.
3. Vitaminas em dia: os alcoólatras costumam apresentar um déficit de vitaminas no corpo, já que atrapalha a sua absorção. Parando de beber, o organismo volta a absorver normalmente as vitaminas.
4. O sistema imunológico fica mais forte: o álcool diminui a capacidade de defesa contra infecções. Então, ao parar de beber, as defesas do organismo ficam fortalecidas. Além disso, ao parar de beber, diminui-se o risco de câncer de boca, esôfago, intestino grosso e reto. O consumo crônico de bebidas alcoólicas também causa pancreatite (inflamação no pâncreas). Com a suspensão do álcool, antes de a doença chegar a um estágio irreversível, o pâncreas também pode voltar a funcionar normalmente.
5. Sensibilidade recuperada: etilistas podem apresentar um quadro chamado neuropatia, que são doenças ou problemas nos nervos. Isso faz com que percam a sensibilidade nos pés, mãos e em outras partes do corpo. Após deixar a bebida, a sensibilidade pode ser recuperada totalmente.
6. Pele saudável e sem manchas: O alcoolismo deixa a pele seca e escamosa, o que facilita o aparecimento de rugas e linhas finas. O problema causa envelhecimento precoce da pele e também tem efeito inflamatório e vasodilatador, o que é percebido na pele com vermelhidão, fissuras e inchaço. Com apenas um semana de abstinência, já é possível notar uma visível melhor na qualidade da pele.
7. Melhora na qualidade do sono: apesar do álcool ajudar a adormecer, ele piora a qualidade do sono. Isto porque ele desorganiza a atividade elétrica cerebral responsável pelas diferentes fases do sono. Quando se vive livre do álcool, o sono será bem mais profundo e reparador.
8. Perda de peso: o consumo de álcool está associado ao ganho de peso, seja pelo consumo de alimentos hipercalóricos ou por conta da bebida em si, que já é calórica e facilita o acúmulo de gordura no abdome. Quando param de beber, acabam reduzindo essa ingestão e perdem peso.
Procurando ajuda especializada para deixar o alcoolismo
Quando o consumo de álcool é frequente e excessivo, torna-se uma doença, e precisa de tratamento adequado. Existem diferentes graus de abstinência alcoólica, alguns leves, que podem causar pequenos tremores ou irritabilidade, e outros mais graves, que causam reações como delírios, alucinações ou até mesmo convulsão. Por isso é preciso ter a ajuda de um profissional.
Após a abstinência, a maioria das pessoas pode apresentar a disforia tardia, quando o sistema de recompensa ainda não está funcionando corretamente e, por consequência, dificulta a percepção dos prazeres da vida, com sintomas depressivos.
Após esse período que dura de um a três meses, o cérebro começa a volta a funcionar normalmente e a pessoa pode voltar a sentir emoções benéficas e alegrias no cotidiano. Ocorre, portanto, uma mudança de perspectiva e, aos poucos, o indivíduo vai buscando voltar ao que era antes da bebida. Mas essa fase pede atenção, pois é quando costuma haver recaídas.
O tratamento de etilistas é complexo, podendo ser feito com uso de fármacos para desintoxicação e técnicas motivacionais com intervenções específicas. Portanto, precisa ser levado a sério. A bebida alcoólica prejudica a saúde e pode ficar de fora da sua rotina. Lembre-se que é possível ter vida social sem o consumo do álcool!