
Reconhecido como um ato de solidariedade, a doação de órgãos é um gesto de amor ao próximo. Todos os anos, milhares de vidas são salvas por meio do transplante de órgãos. O procedimento cirúrgico consiste em retirar um órgão ou tecido doente e substituí-lo por um saudável. Quer saber como ser doador de órgãos? Acompanhe a seguir.
O transplante pode ser feito por um doador de órgãos vivo ou morto e, atualmente, mais de 80% dos procedimentos são realizados com sucesso. De acordo com a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote), mais de 30% das pessoas que esperam por um transplante de coração, por exemplo, morrem na lista de espera.
Quais órgãos podem ser doados?
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Coração: o transplante é recomendado a pessoas com insuficiência cardíaca e que não respondem a nenhum tratamento ou cirurgia.
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Válvulas cardíacas: indicado para pessoas com doenças da válvula do coração.
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Pâncreas: feito em pessoas com diabetes e sérios problemas renais.
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Pulmão: é indicado para pessoas com doença pulmonar grave, tais como fibrose cística, pulmonar e enfisema.
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Ossos: implantes dentários, transplantes para lesões da coluna e próteses são alguns tipos de transplantes para ossos, que podem ser realizados por meio de cirurgias simples.
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Córneas: ceratocone e distrofia do endotélio são algumas das doenças graves que podem afetar a córnea, parte do olho que controla a passagem de luz para a retina.
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Pele: é recomendado em caso de pessoas que sofreram extensas queimaduras ou doenças dermatológicas graves.
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Fígado: é realizado principalmente em casos de cirrose hepática.
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Medula óssea: é responsável por produzir componentes do sangue e é usada para a cura de doenças que afetam as células do sangue, como a leucemia. Pode ser obtida por meio da aspiração óssea direta ou pela coleta de sangue.
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Rim: geralmente é feito em pessoas com hipertensão, diabetes, insuficiência renal crônica, entre outras doenças renais.
Quais órgãos podem ser doados em vida?
O "doador vivo" é considerado uma pessoa em boas condições de saúde, capaz juridicamente e que concorda com a doação. Por lei, pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos podem ser doadores. Não parentes podem ser doadores somente com autorização judicial. Os órgãos e tecidos que podem ser obtidos de um doador de órgãos vivo são:
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Rim: por ser um órgão duplo, pode ser doado em vida. Tanto o doador quanto o transplantado podem levar uma vida perfeitamente normal.
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Medula óssea: a doença da medula óssea é a única forma de doação que mantém um banco de doadores e que também é permitida a crianças e gestantes.
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Pulmão: em situações especiais, uma parte do pulmão pode vir de um doador vivo e são necessários dois doadores para um receptor.
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Pele: a doação pode ser feita por pessoas vivas que removeram partes da pele em cirurgias estéticas.
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Fígado: é um órgão que tem a capacidade de regenerar-se, por isso, o doador pode doar parte de seu fígado, em vida.
Como ser um doador de órgãos?
A maioria das pessoas pode doar órgãos, basta apenas ser maior de 18 anos, ter condições adequadas de saúde e ser avaliado por um médico para realização de exames. Para ser um doador em vida, você pode acessar o site da Aliança Brasileira pela doação de Órgãos e Tecidos (Adote), fazer seu cadastro e download da carteirinha de doador de órgãos.
Além do cadastro, é importante você falar para a sua família que deseja ser um doador de órgãos, para que após a sua morte, os familiares (até segundo grau de parentesco) possam autorizar, por escrito, a retirada dos órgãos.
A doação de órgãos de pessoas falecidas ocorre somente após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica. Tipicamente, são pessoas que sofreram um acidente que provocou traumatismo craniano (acidente com carro, moto, quedas etc.) ou sofreram acidente vascular cerebral (derrame) e evoluíram para morte encefálica.
Algumas pessoas não estão aptas para se tornarem doadoras de órgãos. São elas:
- Portadores de doenças infectocontagiosas, como soropositivos ao HIV, hepatites B e C, Doença de Chagas, entre outras;
- Pessoas com doenças degenerativas crônicas ou tumores malignos;
- Pacientes em coma ou que tenham sepse ou insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas (IMOS).
Se você não tem nenhum destes impedimentos, e já sabendo como ser doador de órgãos, faça a sua parte e ajude a salvar vidas.