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Bate-papo com a Oeste Saúde: Comportamento pós pandemia

29 Junho 2020
Bate-papo com a Oeste Saúde: Comportamento pós pandemia | Oeste Saúde - Planos de Saúde

Pensando na saúde mental da população, a Oeste Saúde promoveu o segundo bate-papo com a psicóloga clínica Zilda Rodrigues. Após abordar sobre ansiedade e isolamento social, a profissional colocou em pauta nesta live outro tema que tem levantado muitas dúvidas: como será o comportamento pós pandemia da Covid-19

O vírus são seres diminutos, conhecidos, principalmente, por causarem várias doenças e serem considerados parasitas intracelulares obrigatórios. Nos últimos meses, vimos o novo coronavírus se espalhar pelo mundo todo, causando uma pandemia global. Com o grande número de mortos e infectados, o distanciamento social foi recomendado, e os efeitos desta medida tem gerado muitas dúvidas.

Como vai ser o retorno à vida normal? E o que será o “novo normal”? Apesar das dúvidas, uma coisa é certa: a convivência do homem com os vírus não é novidade. Então qual a diferença do Sars-CoV-2? De acordo com Zilda, a forma como vivemos hoje potencializa a transmissão deste vírus. Os grandes deslocamentos humanos, as aglomerações e falta de saneamento básico fazem com que o vírus seja muito mais letal e transmissível. Para a psicóloga, será necessário repensar nosso modo de vida diante da nova realidade.

Diante da impotência da humanidade, o novo coronavírus demonstra como somos frágeis diante de um organismo tão pequeno. “Estamos usando o distanciamento como defesa. Com toda a ciência e tecnologia, uma das medidas mais eficientes de conter a doença é a distância, pois ainda não temos remédios ou vacinas”, afirmou Zilda.

Mudança de comportamento

A Covid-19 causou um colapso nos sistemas de saúde do mundo todo, enormes prejuízos financeiros e ceifou vidas de diferentes faixas etárias. Como seres adaptáveis que somos, devemos tirar importantes lições dessa pandemia, a começar pelo nosso comportamento.

Segundo a psicóloga, o comportamento é a forma como atuamos diante do mundo. Cada pessoa tem sua forma de pensar, do sofrimento individual ou coletivo. E alguns de nós só consegue aprender a partir da dor. “Observamos que muitas pessoas têm dificuldade de mudar de comportamento, como usar máscara, desejando viver da mesma forma como antes de tudo acontecer. Seja por questões sociais, culturais, educacionais ou econômicas, esses indivíduos mantêm atitudes de autodestruição.” 

Mas Zilda enfatiza que não há tempo para esse tipo de atitude. “Precisamos ter essa aprendizagem o mais rápido possível. Às vezes, as pessoas negam a realidade, como se ao fazer de conta que aquilo não existe, irá desaparecer. Chamamos isso de negação, quando a pessoa não suporta ver que precisa mudar. Trata-se de um funcionamento imaturo, que não ajuda em nada a resolver o problema”.

Segundo a psicóloga, a atual situação gera angústia, ansiedade e sintomas de depressão, mas também pode gerar esperança se aprendermos a enxergar sob uma nova perspectiva. “A realidade, por pior que seja, deve ser enfrentada. É a única forma de lidar com ela. A recusa não promove nenhum benefício. Não é preciso fazer alarde, mas pensar de forma objetiva, criativa e espontânea”. 

Como lidar com a realidade que pouco podemos modificar?

As catástrofes levam a grandes transformações, que não precisam ser 100% negativas. No início de 2020, estávamos esperando um ano completamente diferente. Mas o mundo não é apenas o que desejamos. É aquilo que ocorre independente da nossa vontade, e cabe a nós aprendermos a administrarmos de forma positiva”, afirmou a psicóloga.

Para Zilda, toda crise pode ajudar em nosso amadurecimento e equilíbrio emocional. “Nesta pandemia do coronavírus, podemos ressaltar alguns pontos positivos, como as novas formas de trabalho, o reconhecimento dos trabalhadores essenciais, e o tempo extra para estar em casa com aqueles que amamos”.   

Comece aceitando o fato, tomando algumas atitudes importantes:

- Empatia social: significa pensar na coletividade, preocupando-se com os outros e tomando atitudes para ajudar ao próximo. “Cooperação é tudo; o problema de um é de todos. A saída não é a competitividade, mas sim, a união”, diz Zilda. 

- Rever valores: é hora de deixar o consumismo exagerado de lado e valorizar as coisas essenciais da vida. Nosso valor é definido pelo o que somos, e não pelo o que temos. “Devemos valorizar o essencial, que é a vida. No final de tudo, o que nos dá mais força não é o que eu possuímos, mas sim, as nossas memórias, nossa história de vida e os pequenos momentos”, enfatiza a profissional. 

- Cuide-se: olhe para dentro e procure equilibrar a saúde física com a mental. Tenha pensamentos positivos, use técnicas de relaxamento, converse com amigos, leia bons livros, assista a bons filmes ou peça a ajuda de um profissional. Para Zilda, o sofrimento é condição inerente do ser humano. O que precisamos é arrumar formas positivas de lidar com esse sentimento.

E quando vamos voltar à vida normal?

De acordo com a psicóloga, o conceito de normalidade é muito vago. “O mundo não é estático, temos mudança o tempo todo, por isso, o normal é relativo. Temos que aprender a ouvir opiniões, nos informar e modificar os comportamentos com sabedoria. Querer manter os velhos hábitos diante das mudanças é sinal de imaturidade”.

Na opinião de Zilda, o mundo contemporâneo pede que olhemos para ele de uma forma integrada, e a partir disso, entenderemos que somos uma única comunidade que precisamos ter cuidados, uns com os outros. Zilda finaliza dizendo que o “novo normal” é compreender que hoje a humanidade vive de forma diferente. “Teremos novas formas de trabalho, de convivência, relacionamento e entendimento. Precisamos nos reinventar”. 

 

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