Álcool no organismo: saiba quais as consequências dessa substância a longo prazo

Do uso social ao problemático, o álcool é consumido por aproximadamente 2 bilhões de pessoas. E esse consumo pode ser compreendido por diversas perspectivas. Por boa parte da sociedade, o álcool é considerado uma droga que não está ligada a dependência física e psicológica e, por este motivo, sua venda é livre e integra a cultura atual de sociabilidade.

Do ponto de vista da saúde pública, o consumo dessa substância pode ser um potencial agente de doença e mortalidade, de modo que seu uso indevido tem sido responsável, mundialmente, por 3,2% de todas as mortes e por 4% de todos os anos de vida útil perdidos.

Consumir bebidas alcoólicas a longo prazo está associado a várias condições, entre elas o câncer de mama, câncer oral, doenças cardíacas, derrames e cirrose hepática, entre outras.

Pesquisas também associam o consumo de álcool em doses elevadas à problemas de saúde mental, perda de memória e diminuição da fertilidade.

EFEITOS DO ÁLCOOL A LONGO PRAZO

Problemas cardíacos e câncer

O consumo excessivo, especialmente a longo prazo, pode resultar em pressão alta, cardiomiopatia alcoólica, falência cardíaca e derrames, além de aumentar a circulação de gorduras no organismo.

Mundialmente, o consumo de álcool é responsável pela incidência de 5,2% dos casos de câncer entre homens e 1,7% entre as mulheres, relação que necessita de longo prazo para se desenvolver. Especialmente entre as mulheres, estima-se que 60% da incidência de câncer associada ao uso de álcool tenha incidido na forma de câncer de mama.

Doenças hepáticas

Tem sido descrita uma relação linear entre a quantidade consumida de álcool (e o histórico de seu uso) e a incidência de doenças hepáticas.

Entre os padrões de consumo, o uso moderado de álcool não tem qualquer benefício sobre a doença hepática, podendo causá-la em indivíduos suscetíveis. Assim, apesar de ainda não se saber ao certo o nível de dosagem alcoólica responsável por essas doenças, estudos sugerem que catorze doses alcoólicas semanais para os homens e sete doses semanais para mulheres já podem levar à ocorrência de doenças hepáticas.

Gestação

Uma pesquisa com gestantes atendidas por um serviço obstétrico da rede municipal conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS), apontou que o consumo exagerado de álcool durante a gestação poderia refletir uma eventual desestrutura ao estado emocional dessas mulheres, como ansiedade e depressão. Independentemente dos motivos implícitos, o consumo de álcool durante a gestação tem graves efeitos, causando uma série de danos cognitivos, comportamentais e neurológicos.

Doenças cardiovasculares

Embora essa associação esteja clara ao desenvolvimento de doenças coronarianas, a relação com o desenvolvimento de outros eventos cardiovasculares e não-coronarianos (como cardiomiopatia, hipertensão, arritmia, derrame cerebral vascular hemorrágico e isquêmico e insuficiência cardíaca congestiva) ainda é controversa, parecendo diferir conforme o tipo de evento.

Recentemente, uma revisão a respeito dos efeitos do consumo de álcool sobre a incidência de eventos cardiovasculares apontou à disparidade de ação , brevemente mencionada a seguir e separada conforme o tipo de evento cardiovascular.

Em linhas gerais, embora o uso pesado de álcool tenha impactado negativamente a saúde pública, evidências apontam para os benefícios associados ao seu uso moderado, especialmente sobre os eventos cardiovasculares. Todavia, deve-se ter cautela quanto a essa relação, uma vez que há muitas dificuldades em se estimar os reais efeitos advindos do consumo moderado de álcool, como a tendência das principais consequências em longo prazo.

 

Fonte:

https://www.google.com/url?q=http://www.cisa.org.br/UserFiles/File/alcoolesuasconsequencias-pt-cap2.pdf&sa=D&source=hangouts&ust=1558032218393000&usg=AFQjCNE9Tx6Hvj5xbaodtk7odOVkiaR10g